domingo, 16 de setembro de 2012

Sobre a efemeridade da vida...

Engraçado como apesar de sabermos exatamente a que destino caminhamos, e que este é incerto, podendo cessar a qualquer momento, passamos a maior parte de nosso tempo como se ignorássemos o fato de que tudo que é vivo, morre. E isso possibilita-nos males e bens. Aquele que vive atormentado pela possibilidade da morte iminente, privando-se de tudo, numa tentativa desesperada de poupar-se, proteger-se, acaba por desenvolver complexos, distúrbios e muitas vezes morrem em vida. Contudo, há aqueles que não se dão conta do quão efêmera é a nossa passagem pela terra, e agem como se tivessem a eternidade, deixando tudo para amanhã que às vezes não chega. A visita à família, o abraço no amigo, um "eu te amo" postergado há tempos, um fim de tarde com os amigos, em qualquer lugar, jogando conversa fora... isto para quem vai e para quem fica.
Um dia é chegada a hora, e a morte não manda aviso prévio, infelizmente. Ninguém carrega escrito na testa quando ou por que vai, hoje estamos aqui dançando, sorrindo, dispostos, saudáveis, amanhã poderemos não estar mais aqui.
Não se espera que sejamos bitolados com a ideia fixa de fim, vivendo como se estivéssemos numa constante despedida. Todavia, seria interessante encontrarmos uma equidade de conduta, para que mesmo sendo humanos, incapazes da dosagem exata, ao partirmos, deixássemos as menores lacunas possíveis. É uma via de mão dupla, onde só nos cabe o controle de nossa própria via, e talvez uma pitada de interferência na alheia, mas de maneira sucinta e indireta. Por certo, ao longo de nossas vidas até o final dela, deixaremos alguém partir sem despedida, e partiremos sem nos despedir de alguém.
Levaremos sentimentos ocultos, palavras, abraços... nutridos por muitos. E muitos levarão por nós. Mas, deixando um pouco de lado esse clima quase póstumo, substituindo-o prontamente pelo otimismo que faz-nos certos de uma vida longa e proveitosa, sigo e assim prefiro, viver "intempestuosamente", ou seja, intempestiva e impetuosa, declarando meus amores, ganhando e distribuindo abraços e sorrisos, bom-dia e carinho, e às vezes meio ríspida, dizendo verdades que nem sempre são bem aceitas, mas necessárias, vivendo... sem bancar a "vida loka", mas também sem vegetar. Quero no mínimo, que todas as pessoas que amo tenham conhecimento da existência e intensidade do meu AMOR.

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