segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Você, meu vício.

Veja bem, não são confidências fáceis.
Na verdade talvez fossem para permanecerem
guardadinhas assim, bem no íntimo de mim.
Mas elas, as minhas confissões, de tão intensas,
ganham voz, tomam partido, são capazes de
expressarem-se mesmo sem nenhuma palavra.
Tento escondê-las, agir naturalmente, eu,
mulher bem resolvida, acadêmica, racional...
Mais que nada, não há talento, no que refere-se
a atuar, que sustente. Pareço menina,
olhos brilhantes, arteiros, eufóricos...
Voltei a rir de minhas lembranças,
e possivelmente riam as pessoas, de mim;
Eu mesma rio, da minha risada incontida,
descabida... na faculdade, na fila do restaurante,
na janela de casa... rs
Assim, como o primeiro o chocolate me instiga a
devorar, ansiosa, todo o restante da caixa,
devoro tua presença, teus sorrisos, olhares,
palavras... é um desejo que não cessa.
Queria querer-te com meu ponto final, juro,
mais parece inato desejar-te com reticências,
reticências eternas... e com todas as vírgulas,
exclamações, interrogações, átonos e tônicos
agudos, crases... com todas as letras.
Tantos veem seus vícios nos narcóticos,
bebidas alcoólicas, cigarros... eu, diante
desse sintomas clássicos de crises de abstinência,
aceito-me irremediavelmente viciada em VOCÊ.

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